Em outubro de 2010, o meu filho foi assassinado de forma brutal, tendo como motivação Crime homofobico e no seu lugar por conta das denuncias que eu vinha fazendo dos casos de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes na Ceasa e assassinatos de jovens negro. Após participar das investigações do assassinato do meu filho, aonde foram presos 16 traficantes na operação Ágape dentro do processo do meu filho José Ricardo, eu já era ameaçada antes da morte e após a morte continuei sendo perseguida e ameaçada. De 2014 até 2018 as testemunhas do caso do seu filho foram mortas no entorno da minha casa. Hoje eu não posso mais voltar para o meu bairro de origem (Jardim São Paulo). O meu filho Jose Ricardo era GAY e eu que já atuava na comunidade na defesa dos direitos humanos da juventude em situação de vulnerabilidade e por isso Ricardo foi morto no meu Lugar.
Em 2016 fui para Angola, afim de fugir dos riscos e das ameaças que vinha sofrendo no Brasil. Passei a desenvolver atividades com a comunidade LGBTQ e pessoas vivendo com HIV/AIDS em Luanda e durante dois anos atuei em projetos em Angola, com apoio de diversas instituições internacionais. cheguei no Brasil em 6 de novembro de 2018 e solicitei a minha insersão no Programa de Defensores de Direitos Humanos do Estado de Pernambuco, no qual fui retirada, e na ultima sexta 17 de janeiro de 2019 o meu caso foi arquivado por não atender os requisitos necessarios para ser protegida pelo estado. Fora de meu local de moradia e sem proteção do governo brasileiro, utilizando de medidas cautelosas para se manter segura, não tenho condições de custear o local onde venho me abrigando em Recife e já consta 3 meses de aluguel pendente, é nitido que não posso voltar para Jardim São Paulo, pois é local onde familiares e parentes dos assassinos e testemunhas do meu filho foram mortos.
Então peço ajuda, para quitar o debito com o apartamento que já está em R$3.600,00, buscar um novo local e planejar medidas protetivas para a minha segurança e para que continue a minha militancia, que nunca parou, mesmo com todas as ameaças.
hoje estou tentando continuar com minhas atividades de defensora no estado de Pernambuco, faço parte do Movimento Nacional Mães Pela Igualdade e luto para que outras mães não percam seu filho como eu perdi, mas a conjuntura do país não nos deixa, pois, os ataques aos defensores são muito grandes, só no mês de dezembro foram 08 defensores assassinados no Nordeste. Por isso os riscos que tenho é Alto. Para que fique claro, eu nunca pedir para sair da minha casa em Jardim São Paulo, o Programa de defensores de Direitos Humanos, descidiu me retirar da minha casa apos a morte do meu filho e agora me dá um te vira, e se torna omissa com a minha vida.