Uma exposição sobre o prédio onde também funcionou o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) está sendo promovida pelo Coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação e pela Campanha Ocupa DOPS. Em sua primeira exibição, a mostra ficará no Museu da República de 26 de janeiro até 04 de fevereiro de 2025. O projeto conta com apoio financeiro de emenda parlamentar da Mandata da Deputada Estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ). No entanto, conforme as pesquisas avançavam e, mais e mais contribuições de arquivos e depoimentos chegavam para nossa equipe, a exposição crescia. Com isso, o recurso financeiro se tornou insuficiente para cobrir todas as despesas. Resolvemos seguir adiante e abrir ao público este trabalho da maneira mais completa que conseguimos produzir neste momento. Desse modo, a exposição que era prevista para ser aberta em 2024, nos 60 anos do início da ditadura civil-militar no Brasil, será inaugurada em janeiro de 2025. Desejamos que siga longa jornada, alcançando públicos diversos, fazendo jus à importância do tema, da causa e de todo o trabalho desenvolvido à muitas mãos para chegarmos até aqui.
E, para que esse ponto de partida se dê com a segurança de estar com todos os custos devidamente cobertos, precisamos arrecadar 20 mil reais.
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Abaixo, leia mais sobre a exposição.
“Rua da Relação, 40: Testemunho material da violência de Estado”
Construído no início do século XX, o edifício abrigou outras instituições policiais que antecederam o DOPS, como a 4ª Delegacia Auxiliar de Polícia, responsável pelas batidas em terreiros de religiões afro-brasileiras nas primeiras décadas do século.
A exposição ocorre no âmbito da campanha pela transformação do prédio em um Espaço de Memória dos Direitos Humanos, proposta que encontra resistência da polícia, que também quer fazer seu próprio museu no local. Essa disputa se arrasta há décadas, enquanto o local, hoje sob responsabilidade da Secretaria de Polícia Civil, se encontra abandonado e deteriorado.
A mostra exibirá documentos produzidos por distintos órgãos policiais ao longo do século XX, bem como fotografias, recortes de jornal e videos. Parte do material é inédita e busca jogar luz sobre as diversas dimensões da violência do Estado na história brasileira.
De inúmeros documentos que mostram a utilização racista das prisões por vadiagem desde o pós-abolição, até a detenção de integrantes de uma equipe que produzia bailes soul pelo DOPS nos anos 1970, passando pela história de uma jiboia que foi mantida no local para torturar presos comuns e políticos já em plena redemocratização.
Durante a exposição, haverá ainda a realização de duas mesas de debate: uma no dia 29/01, às 15h, sobre a história do prédio; outra, no dia 4/02, no mesmo horário, que tratará das lutas pela construção de um Museu dos Direitos Humanos no local.
Ficha Técnica
Realização: Coletivo RJ - Memória, Verdade, Justiça e Reparação
Curadoria: Felipe Nin, Fernanda Pradal e Lucas Pedretti
Coordenação de Produção: Ponte Associação e Fulô Cultural - Renata de Oliveira e Vera Schroeder
Projeto Expográfico: Atelier Na Glória | Mina Quental
Projeto de Iluminação: Mantovani Luz | Fernanda Mantovani
Designer: Caco Chagas
Desing gráfico expografia: Atelier na Glória | Alexsander Pereira, Laura Müller e Mariana Castro
Cenógrafos Assistentes: Alexsander Pereira, Mariana Castro
Assistente de Produção: Bárbara Vila Nova
Assistente de Cenografia: Dayana Amorim
Cenotécnicos: O Arqueiro Cenografia
Projeto realizado através de emenda parlamentar da Mandata da Deputada Estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ).
Apoios: Arquivo Público do Rio de Janeiro, Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça Reparação e Democracia, Coletivo Ocupa DOPS, Museu da República e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Contato: Fulô Cultural
Vera Schroeder: 21.99702.7055