Desde 2001, a comunidade de uma das regiões mais carentes de Brasília, a Cidade Estrutural, é testemunha de uma revolução cultural e educacional. Criado pela musicista Rejane Pacheco, o Instituto Reciclando Sons (IRS) – uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) – utiliza a música como instrumento de educação, ressocialização, geração de renda e inclusão social de crianças, adolescentes e famílias da área erguida sobre o maior depósito de lixo da América Latina: O Lixão da Estrutural.
O nome Reciclando Sons surgiu do trocadilho que remete à principal atividade econômica que deu origem à Cidade Estrutural, quando ela era apenas uma favela: a reciclagem de lixo.
Com a ajuda de empresas e voluntários, Rejane comprou instrumentos e adaptou uma metodologia inovadora para ensinar música. O trabalho que começou com 22 crianças já atendeu mais de dois mil alunos nos seus 14 anos de história, além de formar a orquestra e o coro jovem e infantil Reciclando Sons.
Em 2013, o instituto ganhou, em primeiro lugar, na categoria Juventude, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social e foi certificado como uma tecnologia social, segundo critérios de inovação, interação com a comunidade, poder de transformação social e potencial de replicabilidade. O modelo adotado envolve a comunidade local, forma músicos e professores, além de gerar renda e prevenir o envolvimento dos alunos em crimes. Em poucos meses, os alunos se integram ao coro e orquestra infantil/jovem Reciclando Sons.