Vaquinha criada em: 26/08/2015
Vaquinha encerra em: 16/10/2015
“Comecei a trabalhar cedo, eu tinha 10 anos. No começo só catava latinha, depois comecei a recolher outros recicláveis. Meu emprego é digno, muito digno. Em toda minha vida eu nunca roubei ninguém. Eu tenho casa, mas grande parte do meu dia é aqui: nas ruas. As pessoas me olham torto, xingam, e alguns simplesmente fingem que não existo. Uma vez um amigo meu me disse para eu parar de ficar juntando lixo por aí, porque era vergonhoso. Quando vejo todo o desprezo que as pessoas têm ao me ver, sinto que sou a pessoa mais inútil e horrorosa da face da Terra. E quase todos os dias são assim. Quando alguém guarda papelão para mim eu sorrio, mas Deus sabe o quanto eu tenho tido vontade de chorar. Nesses últimos dias tenho estado bem sozinho, e isso é o que mais dói.As vezes me conforto ao pensar que estou fazendo algo bom. Hoje está chovendo, e estou aqui juntando papelão. As pessoas sujam e da sujeira delas eu faço dinheiro. Quando consigo pensar dessa forma fico feliz.Queria muito que todos fôssemos tratados iguais, sem menosprezo e preconceito.Não paro muito pra sonhar, mas se pudesse citar um sonho seria o de me casar. Casar e ter uma família legal, que nem eu vejo por aí. Talvez um dia consiga. Tá chovendo bastante hoje, agradeço a Deus por ter uma casa onde morar.” (Rodrigo, 24 anos)