Como ajudar
Descubra
Como funciona
Buscar
Pessoas / Saúde / Caridade

Ajude os povos de Altamira

ID: 957628
Ajude os povos de Altamira
COMPARTILHE ESTA VAQUINHA
77%
Arrecadado
R$ 77.095,73
de
Meta
R$ 100.000,00
Apoiadores
483
Sobre
Novidades0
Quem ajudou
Vaquinha criada em: 25/03/2020
Vaquinha encerra em: 10/08/2020

Ajude os povos de Altamira!

Amigos e amigas , atingimos a primeira meta com apoio de todos, mas a mobilização continua! A Covid-19 já chegou em nossa região: já são 2,4 mil casos e 84 mortes (segundo informações do dia 10/06) e esses números só aumentam. A doença também entrou em aldeias e comunidades ribeirinhas.

O colapso no sistema de saúde é iminente, por isso precisamos seguir juntos! Aumentamos a meta e contamos com seu apoio!  

Nós, periféricos da cidade mais violenta da Amazônia, a maioria negros, sobrevivemos com muito esforço em tempos normais. Nós, ribeirinhos expulsos por Belo Monte, costumávamos receber tudo da floresta. Hoje estamos confinados em Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs) e demais periferias, ameaçados pela fome e pela doença, enquanto esperamos um reassentamento no reservatório da usina que nunca acontece. Nós, indígenas desaldeados, empurrados para as margens da cidade por aquilo que vocês chamam “progresso” e nós chamamos “morte”, temos ainda menos resistência a todas as doenças que vocês já trouxeram até nós.

Nós, pobres expulsos de nossas casas perto do centro da cidade, onde ganhávamos a vida com dureza mas também com possibilidade, fomos jogados nos Reassentamentos Urabanos Coletivos- Rucs e demais periferias onde seguidamente passamos semanas sem nem mesmo água nas torneiras. Nós, que ainda moramos ao redor da Lagoa que, desde a construção de Belo Monte, transborda nas chuvas invadindo nossas casas com até metros de esgoto e de lixo, lutamos contra todos os vírus e bactérias e ainda contra a fome que nos engole um pouco por dia. Agora, estamos ameaçados também por uma pandemia.

Nós somos homens e mulheres que ganhavam a vida com bicos e que desde o aparecimento do novo coronavírus não temos mais para quem vender nossos pasteis, nossas tapiocas e também nossa força de trabalho, sempre alugada a preço de quase escravo, porque já não podemos andar nas ruas. Nós somos adultos e somos crianças trancados dentro de casas apertadas demais, muitas sem saneamento básico, num calor de mais de 30 graus e com a comida desaparecendo. Nós somos os desesperados da nova peste.

Nós, mulheres e homens, adultos e crianças de Altamira, enfrentamos, neste momento, um surto de dengue que abala ainda mais nossos corpos subnutridos. E enfrentamos tudo isso num sistema de saúde pública que não recebe recursos suficientes para enfrentar nem mesmo as doenças mais básicas. Nós já morríamos das gripes comuns.

Nós, periféricos de Altamira e refugiados de Belo Monte, vivemos dia após dia na catástrofe. Nosso normal é brutal. Até hoje, a maioria de nós sobreviveu ao genocídio silencioso porque, apesar de nossos corpos arrebentados por todas as violências, nos recusamos a desistir. Desta vez, porém, não conseguiremos sozinhos.

Agradecemos a todos que nos ajudaram a arrecadar recursos para entregar 235 kits de alimentação e produtos de limpeza para famílias em situação de fome. 

Com o novo recurso, vamos comprar kits de alimentação e higiene para famílias em situação de vulnerabilidade em Altamira, que serão entregues para mulheres chefes de famílias, moradores dos Reassentamentos Urbanos Coletivos  e demais bairros das periferias, indígenas e ribeirinhos que vivem na cidade.

Produtos da floresta, como castanha e babaçu, vão fazer parte da cesta, assim como abóbora, macaxeira e outros produtos da agricultura famíliar.

Muito obrigado a todos que nos ajudaram nesta primeira fase da campanha! Também teve apoio de artistas como Sérgio Marone, Bela Gil, Zélia Duncan e a cantora Fabiana Cozza.  Contamos com seu apoio nessa nova fase! 

O mapeamento das famílias foi realizado pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Movimento dos Atingidos Por Barragens, Coletivo de Mulheres Negras Maria Maria,  Coletivo de Mulheres do Xingu ,Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Campo e da Cidade, Fundação e Viver Produzir e Preservar, Movimento dos Atingidos por Barragens e  Centro de Formação do Negro e Negra da Transamazônica e Xingu. Parte dos alimentos desta cesta foram adquiridos juntos a agricultores familiares e ribeirinhos da região de Altamira.

Brasis, ajudem-nos a não morrer.

Denunciar essa vaquinha
AVISO LEGAL: O texto e as imagens incluídos nessa página são de única e exclusiva responsabilidade do criador da vaquinha e não representam a opinião ou endosso da plataforma Vakinha.
© 2024 - Todos direitos reservados