Acostumada a viver entre a invisibilidade e o preconceito, Adriana Cavalcanti, de 34 anos, encontrou nos livros uma paixão e a companhia para a solidão. Transexual, negra, nordestina e vivendo nas ruas de Campinas (SP) há 22 anos, ela conta que buscou em textos, poemas e músicas as explicações do “porquê é quem é, o porquê o Brasil é o Brasil”. Dormindo na região central de Campinas numa barraca, acompanhada de quatro cães, poucas roupas e com a comida que as esmolas diárias podem proporcionar, Adriana confia na literatura para poder entender o mundo.”Na falta de com quem conversar, eu entendi que os livros falam. Eles estão sempre a falar”, diz.Engajada em dar voz às pessoas que estão à margem da sociedade, ela diz que com a inesperada fama alcançada pelo vídeo que se espalhou pelas redes sociais quer mostrar aquilo que, define, “a cidade teima em não ver”.
Vamos ajudá-la a comprar uma casa para poder morar de forma digna e custear um tratamento para ela, se recuperar das drogas.