A Marcha das Margaridas é uma manifestação realizada desde 2000 por mulheres trabalhadoras rurais do Brasil. A data e o nome da Marcha homenageiam Margarida Maria Alves, trabalhadora rural e líder sindicalista assassinada em 1983 por conta da sua luta pelos direitos dos trabalhadores na Paraíba. Nenhuma pessoa foi responsabilizada até hoje pela sua morte.
A primeira edição da Marcha reuniu cerca de 20 mil agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas de todo o Brasil na capital federal. Este ano, durante a 6a edição da Marcha, equipes de filmagem do movimento Mulheres no Audiovisual Pernambuco acompanharão a viagem de ônibus saindo de Pernambuco até Brasília, em um registro histórico e sensível da trajetória dessas mulheres. Esta vaquinha tem como finalidade custear a compra de HDs, o aluguel e seguro de equipamentos e outros custos de produção.
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Diante de um governo machista, racista, elitista e fascista, vemos crescer a desigualdade no país, assistimos ao desmantelamento dos direitos básicos conquistados nas últimas décadas, testemunhamos a implementação de um projeto violento de poder. O abismo cresce. Desemprego, pobreza, privatização, necropolítica. A opressão avança. E quem está no front? Movendo-se de forma horizontal, coletiva e afetiva, mulheres de todo o país marcham ao centro do Brasil, sem medo, numa luta que não cessa. De Pernambuco, vemos sair caravanas de mulheres para a batalha que está posta. “Nenhum passo atrás”, avisam os movimentos. Mas enquanto atravessam o país, descortinando paisagens que são nossas, descobrimos, com elas, que o feminismo é um modo de viver, um sistema político que se apresenta na prática das ações. Na forma de decidir coletivamente, na condução dos processos internos, na alimentação compartilhada, na vida que deixou em casa para lançar-se com as companheiras pelo país, na ida ao banheiro dentro de um posto de estrada, nas conversas que expressam as subjetividades compartilhadas. Quantas mulheres cada uma carrega consigo, quantas das suas se materializam em história e presença pelas mãos, pés e sonhos das que se lançam a essa travessia? O filme viaja junto com essas mulheres para falar de um tempo em que mover-se sempre foi e sempre será movimento ativo. Movimento em onda, em espiral, em levante. O movimento do deslocar-se, o movimento da estrada, o movimento dos corpos, o movimento político, o movimento que avança. Mover-se é a conjugação no presente do verbo mover e juntas movemos as bases do chão desse país, porque quando nos movemos, o fundo da terra treme...