Mãe vende alho pelas ruas de Várzea Grande/MT para criar 4 filhos pequenos
Ana P. S. A. ficou órfã aos 8 anos e acabou indo viver nas ruas após a morte de sua mãe. Perambulou pelas ruas por muito tempo. Atualmente, ela tem 45 anos, mora em uma casa alugada no bairro São Simão-VG e é mãe de 4 filhos, sendo dois meninos (3 e 8 anos) e duas meninas (6 e 10 anos). Está desempregada e sobrevive com o dinheiro do Bolsa Família e da venda de alho nas ruas de Várzea Grande.
Foi vítima de violência doméstica, não recebe pensão ou qualquer outra ajuda financeira dos dois pais de seus quatro filhos. Teme pela sua própria vida, pois separou-se do último companheiro por receber dele agressões físicas e psicológicas e teve que recorrer à justiça para obter uma medida protetiva, que atualmente não está mais vigente por ela não ter condições financeiras para se locomover até os órgãos de segurança.
Ana viveu outra tragédia particular há 9 anos, quando perdeu uma filha de 6 anos que morreu na porta da escola por ter sido liberada da aula antes do horário de saída. Luta até hoje para receber indenização da prefeitura pela morte da criança, mas até o momento só recebe respostas vazias e não foi indenizada.
As condições de vida de Ana e seus 4 filhos são muito precárias, os poucos móveis que possuem foram doações recebidas. A família de 5 pessoas dorme em um único colchão de casal sem lençol, não possui mesa, sofá, cadeira, guarda-roupas e utensílios de cozinha suficientes para todos.
As crianças não possuem brinquedos, as poucas roupas que elas têm já estão em péssimo estado e ficam descalças a maior parte do tempo por não terem chinelos, possuem apenas um sapato para irem à escola, que precisa ser “poupado”. O menino de 3 anos fica sem fralda a maior parte do tempo para “economizar”, segundo a mãe.
O mais preocupante é a geladeira da casa, que se encontrava completamente vazia no momento em que o lar foi visitado. As crianças complementam suas refeições por meio da merenda escolar. Em casa, passam muitas privações, falta leite, falta pão, falta frutas, falta bolachas e o almoço nem sempre tem carne ou outra fonte de proteína. Só jantam se sobrar do almoço e o menino de 3 anos não conta com a merenda escolar porque está até hoje à espera de uma vaga na creche.
Essa mãe não pediu ajuda material nenhuma, apenas pediu ajuda para encontrar um trabalho e colocar seus filhos em escola de tempo integral, pois, segundo ela, já teria sido muito humilhada por sua situação de penúria e ter recebido inúmeras ameaças de ter a guarda de seus filhos retirada por não ter condições financeiras de criá-los.