Quilombos sem fome
As comunidades remanescentes de quilombos estão localizadas em áreas de intensa vulnerabilização, motivadas pelo bioma do semiárido, pelos conflitos territoriais, pelo racismo institucional e por estarem localizadas em locais de difícil acesso e distantes dos centros municipais. Com isso, o acesso a serviços básicos - como água potável - e a serviços públicos, sobretudo de saúde, são aspectos que torna ainda mais delicada a situação dessas comunidades diante da atual conjuntura.
Vale ressaltar que o acesso aos serviços básicos de saúde também são bastante precários, sendo, em muitos casos, atendidas unicamente pelas agentes comunitárias de saúde, sendo este um fator agravante. A questão socioeconômica também se apresenta enquanto fator de periculosidade, umas vez que parte significativa das famílias quilombolas não possuem renda fixa, sendo grande parte dos trabalhos desenvolvidos relacionados à sazonalidade, à agricultura familiar e aos benefícios recebidos por alguns membros da famílias, sobretudo aposentadoria.
Nesse contexto, as regiões do Alto Rio Doce, Norte e Vale do Jequitinhonha concentram os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, além de concentrarem o maior número de comunidades quilombolas. Alguns desses municípios possuem mais de 20 comunidades. Apesar desses números, as políticas públicas garantidas por dispositivos legais não tem sido efetivados, sobretudo no atual governo, não sendo exagero dizer de um projeto genocida e racista contra essas comunidades.
É nesse contexto de vulnerabilização e invisibilização que o presente projeto se insere, no intuito de responder a demandas emergenciais de centenas de famílias quilombolas, a fim de se somarem às ações que já estão sendo articuladas junto ao poder público e demais entidades de apoio.