Me chamo Paula Xavier Ramalho, tenho 17 anos, estou no 3º ano do ensino médio e sou de Belo Horizonte, Minas Gerais. Recentemente passei para a fase global da olimpíada de matemática Copernicus, que será sediada em Nova York nos Estados Unidos. Não é o primeiro evento de caráter internacional ao qual sou aceita, já tendo sido aprovada no curso de verão do The New York Times, no Yale Young Global Scholars, na Latin American Leadership Academy e no curso de verão de jornalismo de Stanford. Infelizmente, por motivos financeiros, só consegui participar do último curso supracitado, pois ganhei uma bolsa completa e ele foi realizado online.
Estudo em uma escola particular devido a um seguro feito pelo meu pai antes de falecer quando eu tinha apenas 8 anos. Se não fosse por isso, não conseguiria estudar em uma instituição educacional privada. Antes éramos eu, minha mãe e minha avó, até que essa também veio a falecer em 2018, restando somente eu e minha mãe. Minha mãe não possui curso superior e arcar com as despesas de casa é uma tarefa muito difícil. Atualmente dividimos os gastos, eu pagando metade por meio da pensão pelo falecimento de meu pai e pelas aulas particulares que dou e minha mãe pagando a outra parte com o seu salário. O dinheiro é contado. É o suficiente para vivermos uma vida digna, porém não sobra.
Além de aceitações em programas internacionais, também possuo medalhas de olimpíadas brasileiras, com destaque para as de matemática. Sempre gostei de usar meu raciocínio para obter medalhas e poder ver os olhares de orgulho nos rostos de meus professores e de minha mãe. Também me faz pensar em como meu pai e minha avó tiveram orgulho de mim pelas minhas conquistas enquanto eles eram vivos. Também já realizei diversas atividades voluntárias, lecionando inglês para brasileiros e africanos de baixa renda, participando do Instituto Brasileiro de Educação Política, fazendo parte do Grêmio Estudantil do meu colégio antigo, etc.
Além disso, viajar para o exterior é um sonho meu desde pequena que infelizmente nunca pude concretizar, porém também nunca desisti dele. Poder viajar com o objetivo de participar de uma olimpíada do conhecimento é como juntar duas paixões minhas com um só objetivo. Ademais, também gostaria de orgulhar meus professores, que sempre prestaram um apoio inigualável para mim, especialmente ano passado, no qual passei por um período difícil por conta de minha ansiedade e de minha depressão. Seria como uma forma de agradecimento representar não somente o meu país na competição, mas também todos os docentes que me guiaram até onde estou.
Como ano passado lidei com vários problemas pessoais, não pude aproveitar grande parte das oportunidades que tive. Já que a minha nota do ENEM de 2022, quando eu estava apenas no 1º ano, estava acima da nota de corte do curso de jornalismo na UFMG, o qual eu desejo cursar, sei que esse ano não terei problemas em entrar para uma faculdade. Porém, gostaria de verdadeiramente aproveitar esse ano, pois além de ser o meu último na escola, sinto que o anterior foi perdido. Não gostaria de terminar o ensino médio com a sensação de que nem tentei realizar o meu sonho, e seguir a vida com esse desejo enterrado. Também acho injusto não ter a oportunidade de realizá-lo e de aproveitar minha inteligência somente por não ter boas condições financeiras. Por isso, venho aqui pedir a contribuição de vocês!!!
Além dos gastos com a inscrição para a prova, hospedagem, passagem de avião, atividades promovidas pela Copernicus e alimentação, também preciso de tirar o visto. Por conta da desvalorização do real, todas essas despesas saem bem caras. No total eu precisaria de em torno de R$28.000,00. Conto com a contribuição de todos vocês para eu realizar meu sonho e ir representar nosso país em uma competição global de matemática.