Justiça para Davi Elô e Danielle

IntroduçãoAo receber a notícia da gestação de nosso filho, dedicamo-nos integralmente a assegurar um acompanhamento pré-natal rigoroso. Danielle realizava consultas regulares com seu ginecologista particular, que supervisionava todos os aspectos da gravidez. Aos seis meses, ela foi diagnosticada com tromboembolismo, necessitando de anticoagulantes diários. Por essa razão, o médico indicou o parto vaginal como a opção mais segura, recomendando a maternidade municipal Isea, em Campina Grande-PB, para a realização do procedimento.

Cronologia dos Fatos

• 27/02 (39ª semana): Danielle foi internada no Isea com 3 cm de dilatação.
• 28/02: Exames confirmaram a viabilidade do parto vaginal, iniciando-se a indução às 14h com medicação intravaginal. Até às 18h, a dilatação atingiu 6 cm.
• 01/03 (03h): O médico plantonista, que coincidentemente era o mesmo ginecologista responsável pelo pré-natal de Danielle, substituiu os comprimidos por ocitocina intravenosa, intensificando artificialmente as contrações. A medicação foi administrada sem o uso de bomba de infusão controlada , dispositivo essencial para regular a dosagem com segurança. Às 04h, após uma avaliação superficial, ele retirou-se do local e não voltou para se despedir da paciente e sem tomar as devidas medidas, diante do parto de risco.
• 06h: Após três horas de intenso sofrimento, Danielle foi acusada por duas profissionais de "causar tumulto". Uma enfermeira constatou a coroação do bebê, enquanto outra, sem consultar o médico responsável, elevou drasticamente a dosagem de ocitocina, resultando no rompimento uterino.

Omissão e Negligência

Apesar dos sintomas graves (vômitos, tremores e parada das contrações), os apelos por socorro foram ignorados. As profissionais atribuíram a ausência de progresso ao "esforço insuficiente" de Danielle, recusando-se a monitorar o bebê ou aferir sua pressão arterial. Após desmaiar durante nova tentativa de parto, Danielle foi levada à cirurgia de emergência, tendo sofrido hemorragia interna por aproximadamente 40 minutos, período em que Davi Elô faleceu por anóxia. Seu útero foi removido devido ao rompimento causado pela superdosagem de ocitocina.

Complicações Pós-Parto

• 27/02 a 05/03: Danielle permaneceu na UTI, recebendo quatro bolsas de sangue.
• 12/03: Nova emergência: a cesárea realizada no Isea lesionou o ureter de Danielle, comprometendo sua função renal. Ela foi submetida a cirurgia reparadora e permaneceu internada até 23/03.
• 25/03: Danielle faleceu, vítima de complicações decorrentes do parto.

Justificativa para Apoio Financeiro: Os custos jurídicos para responsabilizar os envolvidos são elevados. Contamos com o apoio pro bono do escritório Lotus, e da Advogaça Paula Oliveira, porém, enfrentamos adversários com recursos financeiros e influência corporativa. A autenticação de provas, contratação de peritos e elaboração de laudos complementares demandam significativos recursos. A Polícia Civil investiga o caso, mas é essencial fortalecer nossa posição legal para garantir justiça.

Esta luta não é apenas nossa, mas de todas as vítimas de violência obstétrica silenciadas. Sua contribuição é fundamental para expor essa prática sistêmica e assegurar que tragédias como esta não se repitam. Juntos, podemos exigir transparência e accountability do sistema de saúde.

Como AjudarDoações podem ser direcionadas para custear despesas legais e técnicas. Cada centavo aproxima-nos da justiça por Davi Elô, Danielle e milhares de mulheres vítimas de negligência médica.

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