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Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade

ID: 298131
Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade
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Vaquinha criada em: 25/04/2018
Vaquinha encerra em: 11/08/2018

Em tempos de mais intensificação de individualismos, meritocracia, vidas mercadoria, cortes, golpes

Atrapalhando o silencio da viagem

Rebel dia!

Ajudanóis a construir o V Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Existirmos, a que será que se destina?

Link do seminário: http://seminario5.medicalizacao.org.br/

Evento gratuito com certificado de participação.

Datas do evento: 08/08/2018 - 11/08/2018

Onde?

Salvador, Bahia

Público-alvo: Estudantes, docentes, pesquisadores, movimentos sociais e demais pessoas profissionais interessadas das áreas da saúde, educação, assistência, arte, direito, comunicação. Todas as pessoas que tenham interesse em discutir o fenômeno da medicalização da existência e queira se juntar na luta por uma sociedade em que todas as vidas importem e possam viver com dignidade.

Quem propõe: Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade

Um pouco da nossa história...

O termo medicalização não é novo. Se antes restrito a um debate acadêmico, há 7 anos, com a fundação do Fórum, movimento social apartidário, mas que toma partido, ele conquista espaços que só um movimento social pode impulsionar. Nesse contexto histórico, em que o país vive grandes regressões, mais violações e ameaças aos direitos já conquistados e ainda a conquistar, mais necessária se faz a articulação entre academia e movimentos sociais.

Nesse V Seminário Internacional, seguimos com a compreensão consolidada do conceito, que não reduz medicalização ao uso ou abuso de medicamentos, ou a uma disputa corporativista por territórios de trabalho. Entendemos que ainda é necessário reafirmar: medicalização envolve um tipo de racionalidade determinista que desconsidera a complexidade da vida humana, reduzindo-a a questões de cunho individual, seja em seu aspecto orgânico, seja em seu aspecto psíquico, seja em uma leitura restrita e naturalizada dos aspectos sociais. Nessa concepção, características comportamentais são tomadas apenas a partir da perspectiva da pessoa isolada, que passaria a ser o única responsável por sua inadaptação às normas e padrões sociais dominantes. A medicalização é terreno fértil para os fenômenos da patologização, da psiquiatrização, da psicologização e da criminalização das diferenças e da pobreza.

Entre tantos segmentos sociais estigmatizados, os maiores alvos da violência nesse país, não apenas de estado, figuram entre os que mais sofrem os processos de medicalização: pobres, negras, indigenas, mulheres e LGBTIQs. São estudantes que não se adaptam aos processos de uma escola sucateada, vistos como incapazes de aprender e obedecer regras sociais; são os jovens negros moradores de periferias urbanas, tratados como suspeitos, em termos de sua idoneidade ética e moral; são as e os homossexuais e transgêneres, aos quais se insiste em oferecer tratamentos de “cura”; são as mulheres, subjugadas pelo machismo, dentro e fora de suas casas; são parturientes vítimas da violência obstétrica; são trabalhadores em contextos de trabalho precarizados, engolidos pela burocracia e pelo produtivismo, reduzidos a quadros sindrômicos; são desempregados ou indigentes, invisíveis ou supervisibilizados, jamais prontos ou já ultrapassados, em um mundo de desemprego estrutural que insiste em afirmar a meritocracia.

A lista é extensa e faz pensar que a medicalização tem muitas faces, todas elas guardando relação com uma forma de organização social eminentemente coisificadora, que converte tudo e todas em mercadoria.

Na contramão desse olhar, enfatizamos: toda vida tem história. Conhecer o sujeito, falar sobre suas questões implica em olhar sua biografia, que é ao mesmo tempo individual e coletiva: ela começa muito antes do nascimento biológico; possui lastro social e político na longa duração.

Nessa caminhada, partimos da denúncia, ainda necessária, pois o processo de medicalização, patologização e criminalização daquilo que destoa da ordem hegemônica segue a passos largos e de maneiras muitas vezes sutis, mas nem por isso menos avassaladoras. Buscamos ultrapassar os limites concretos historicamente impostos, trilhando novos caminhos. Seguimos em direção à proposição de outras formas de ver e agir, que se alicerçam na história social e na articulação coletiva que é potente na criação do novo: o movimento move e se move; como toda construção é provisório, e precisa se repensar constantemente. Nesse trajeto, cada uma e todas nos construímos diferentes.

E nos construímos juntes. Buscamos articulações. Afinal, são muitas as frentes de luta, são muitos os movimentos (sociais, políticos, culturais, artísticos) que, em comum, tem, como horizonte, a emancipação humana. Onde há opressão, há resistência. E invenção.

Perturbar os sentidos

Romper com a cristalização de um modo de olhar o mundo, desver.

Escuta

Troca

Desconstrução

Verso

Reverso

Construção 

 

O Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade, criado há sete anos, tem caráter político e de atuação permanente, fundamentando-se nos seguintes princípios:

Contra os processos de medicalização da vida.

Defesa das pessoas que vivenciam processos de medicalização.

Defesa dos Direitos Humanos.

Defesa do Estatuto da Criança e Adolescente.

Direito à Educação pública, gratuita, democrática, laica, de qualidade e socialmente referenciada para todas e todos.

Direito à Saúde e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e seus princípios.

Respeito à diversidade e à singularidade.

Valorização da compreensão do fenômeno medicalização em abordagem interdisciplinar.

Valorização da participação popular.

 

Tretas Sociais

Só com Luta Coletiva.

 

Alguns dos nossos tantos desafios:

- Ampliar a democratização do debate: estabelecendo mecanismos de interlocução com a sociedade civil e com a academia e socializando o significado da medicalização e suas consequências.

- Construir estratégias que subvertam a lógica medicalizante: ampliando a produção teórica no campo da crítica à medicalização; intervindo na formulação de políticas públicas; apoiando iniciativas de acolhimento e o fortalecimento das famílias; desmitificando pretensos benefícios da medicalização e apoiando ações intersetoriais e intersecionais que enfrentem os processos de medicalização da vida.

 

Para tanto, além de ações regionais desenvolvidas em diversos estados brasileiros, onde há núcleos do Fórum Nacional, são realizados Seminários Internacionais cujo objetivo é o encontro de pessoas de diferentes áreas que partilham do princípio da desmedicalização da vida para a troca de experiências e saberes sobre o tema e os que dele derivam.

 

Todos os Seminários, que contam com a participação de pesquisadores e ativistas nacionais e internacionais no campo da crítica à medicalização, são gratuitos para o público interessado e tem contado com a participação, em média de mil pessoas a cada evento. Os recursos financeiros para a realização de tais eventos vêm de doações de entidades signatárias do Fórum e de órgãos de fomento à pesquisa acadêmica.

Para esta quinta edição, buscamos mais uma frente de apoio: a vakinha

 

A 5a edição tem como título: V Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Existirmos, a que será que se destina? E tem por objetivo discutir o fenômeno da medicalização da existência à luz dos marcadores sociais da diferença e suas categorias de gênero, raça, classe, território, deficiência/capacidade e geração, tendo em vista a maneira como incide nas diferentes esferas do cotidiano.

Como dito acima, este evento acontecerá em Salvador, Bahia, entre 08 a 11 de agosto de 2018.

Numa vida prescrição

Olhar caleidóscopio, ela diz

Nossa luta rebeldia

Primavera nos dentes

Florescer

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