Sou Denilson Baniwa, indígena do povo Baniwa da cidade de Barcelos, Amazonas. Sou publicitário, artista gráfico, comunicador e web ativista dos direitos indígenas. Atualmente administro a Rádio Yandê e sou defensor da Etnomídia como uma nova forma de comunicação para a mudança social.
Desde a infância meu povo vivencia a arte e criação em todas as suas atividades, cresci compreendendo que tudo o que fazemos deve ser feito com arte e beleza. O comprometimento com a questão indígena é minha principal fonte de trabalho e estudo ao longo de minha carreira. Minha maior motivação é enunciar de dentro conceitos que foram estereotipados por uma sociedade que buscou compreender o indígena, mas nunca o deixou falar por si próprio. A partir daí surgiu à necessidade de se criar um espaço em que pudesse ajudar na disseminação da cultura indígena e todos os seus conhecimentos através da música, dos cantos, das vozes, da arte no geral.
Hoje, sinto a necessidade de ir em busca de um sonho, de poder compartilhar com o maior número de pessoas novos significados de nossa cultura através da tradição indígena. Mas, além disso, dar voz e transformar a oralidade de nosso povo em empoderamento. Surgiu então a ideia de se criar um pequeno estúdio de gravação para fortalecer e também resgatar tradições e culturas indígenas através de seus cantos e de suas músicas.
Para um artista não-indígena a dificuldade que se tem para gravar um CD ou encontrar um gravadora que possa ao menos escutar seu trabalho já é uma luta muito árdua, imagina para os indígenas que além de já passarem por tantas dificuldades, encontraram na sociedade uma barreira intransponível, ainda mais no ramo musical. Meu objetivo é ajudar esses indígenas a mostrarem seus trabalhos, a ecoarem suas vozes e consequentemente mostrar às pessoas que mantém pensamentos cristalizados o “nosso repertório”. Ao contrário do que muitos pensam a música indígena não é só aquela cantada nas aldeias e nos rituais ela é viva e está sempre em constante mudança, mesmo que ainda mantenha seus valores e sua essência preservada.
Podemos ver hoje, estilos musicais e cantores indígenas que vão do rap ao pagode, da MPB ao rock. Somente existimos como povo, graças aos nossos ancestrais, a nossa cultura passada de geração em geração e a esses cantos que são extensões da nossa fala. Daí a necessidade de deixar registrado e gravado para que nossas crianças, nossos jovens possam manter a tradição de seus povos, mas também mostrar à sociedade que nossas canções são a nossa voz e estão em constante mudança! Então aqui, nesse estúdio, que por enquanto está só neste projeto, quero dar vida em áudio a essas vozes e ajudar o povo a divulgar o seu trabalho, sua música e suas raízes e assim fazê-los conhecidos não só por entre os povos, mas pelas grandes mídias através de uma rede de comunicação entre os povos indígenas e a sociedade brasileira. Se os Deuses me permitirem e vocês derem aquela ajudinha, logo logo este estúdio estará cheio de maracás, de sons das nossas florestas, de raízes e principalmente de vozes que ecoarão por todos os cantos desse Brasil!
Como muitos de vocês sabem, sou artista, designer e ilustrador e através da minha arte procuro divulgar a cultura indígena numa nova perspectiva de arte nativa; faço da minha arte uma forma de expressão e sempre tudo feito com muita dedicação. Justamente por esse motivo, todas as contribuições terão como contra partida o envio de produtos feitos por mim, seja pôsteres, ilustrações, pinturas, e por aí vai. Todos que contribuírem terão um pequeno agradecimento com a minha arte e todos os envios serão feitos diretamente por mim ao final da campanha.
Para começar com um estúdio mais “caseiro” preciso de R$ 40 mil reais pra comprar os equipamentos e "startar" as primeiras gravações de CDs.
Os investimentos vão desde a parte de estúdio com equipamentos como, interface de áudio, um Laptop, uma mesa controladora, caixas de som, mesa de som, controlador Midi e confecção dos (Cds), ao projeto gráfico (capa), distribuição dos Cds para algumas aldeias e distribuição (Sedex) das recompensas. Temos também o valor destinado ao site pela hospedagem do projeto.
Confira no gráfico abaixo o orçamento pra fazer isso tudo acontecer!
Caso com a ajuda de vocês eu consiga atingir a meta de R$40 mil reais o site repassa o valor pra mim. Se ultrapassarmos o valor (será maravilhoso), tudo que entrar acima dos R$40 mil reais será aplicado na logística do CD e dos músicos. Então é isso amigos. Temos somente alguns meses (parece muito, mas não é) para atingir a meta quem sabe até ultrapassar.
Quero desde já agradecer a todos que acreditam e conhecem o meu trabalho e que de alguma forma estão me ajudando na realização deste sonho.
Nosso estúdio agora tem um nome, uma identidade: Karaxué. Karaxué é o pássaro que conhecemos por aqui como sabiá. Em tupi, sabiá significa “aquele que reza muito”, em alusão à voz dessa ave. Segundo uma lenda indígena, quando uma criança ouve, durante a madrugada, no início da primavera, o canto do sabiá, será abençoada com muita paz, amor e felicidade! Que a voz do Karaxué seja capaz de ecoar por todos os cantos desse Brasil! Vamos em frente!
Graças a todos que já ajudaram nesta Vakinha pude comprar os primeiros equipamentos e realizar a primeira viagem pelo estúdio musical. Realizamos gravações de cantos tradicionais direto da Aldeia Multiétnica, em Goiás!
Equipamentos comprados:
• 2 Headphones Pro Akg K72 Closed-back Studios Profissional K 72
• Microfone usado Shotgun Rode Ntg1
• Vara De Microfone Shotgun Boom 1.70m +cachimbo
• Protetor de Vento Microfone Direcional Boom 18cm
• Microfone Akg C1000s Condensador C1000 S
• Gravador Áudio Zoom H4n Pro Digital Handy Recorder 4 Canais
• 10 Fones de Ouvido simples para a realização de oficinas de gravação de aúdio e som
• Pen Drive Sandisk Cruzer Blade 32gb
• Cartão de Memoria Sd Toshiba Flashair 32gb
• 48 pilhas Alcalina AA
• Pilha GP CR2 3V Lithium
• Leitor de Cartão Multilaser
• Carregador de Bateria Portátil
• Powerbank Pineng Slim - Pn-951 - 5.000 Mah
• Tripé com suporte para celular
Aldeia Multiétnica - Goías - Julho/17
Gostaría de agradecer a todos que já ajudaram nessa caminhada e reforçar que nosso projeto para o Estúdio Musical só está começando. Já estou com alguns endereços de quem já contribuiu e preparando algumas artes minhas para vocês que já ajudaram, receberem minha gratidão e também um pouco da minha arte que realizo com todo carinho!
A Vakinha continua pessoal, vamos ajudar! =D