Estamos diante de duas mulheres insones que aguardam a aurora – elas vestidas de luto. Para aplacar a lentidão do tempo, inventam contos, que na verdade traduzem seus sonhos. Um deles fala de uma criança. Nota-se que a conversa leva a um passado absolutamente fictício, apenas para combater a solidão e o ócio.
Fica implícito que, a partir de um determinado momento, elas não conseguem distinguir realidade e sonho. A irrealidade e a dúvida, portanto, estão na essência da situação. De concreto, apenas o poder mágico das palavras.
Baseado no texto “O Marinheiro” que Fernando Pessoa escreveu e definiu como “Teatro Estático” surgiu o roteiro do curta metragem “CICATRIZES” ao qual, tal como Pessoa, buscamos mostrar que pode haver revelação de almas sem ação, e pode haver criação de situações de inércia, momentos de alma sem janelas ou portas para a realidade. Ou seja, o poeta estava convencido de que os personagens poderiam revelar-se muito mais em função das palavras que trocassem do que das ações empreendidas. Estas poderiam ser abolidas, desde que o universo evocado transcendesse o espaço físico da representação. Este é o espírito de Cicatrizes.
Para realizar o projeto buscamos apoio e obtivemos aval da Secretaria Especial da Cultura para buscar recursos através da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) que permite empresas e pessoas físicas a doarem parte que seria descontado do Imposto de Renda para o projeto porém àqueles que não tem essa prerrogativa e querem ajudar podem fazê-lo por meio de “crowdfunding” como este que apresentamos agora.
O projeto além da filmagem do curta metragem de 15 minutos, contará com apresentação do mesmo em vinte (vinte) escolas, oficinas de cinema e palestras sobre a obra de Fernando Pessoa.
Contamos com você!