O Grupo Gay da Bahia (GGB) é uma organização não governamental (ONG) voltada para a defesa dos direitos dos LGBTs no Brasil. Fundada em 1980,é a mais antig...Leia mais
Ajude a reforma, conservação e manutenção do Grupo Gay da Bahia.
Conheça a contração de nossa história.
Precisamos muito de sua boa vontade, especialmente agora por conta da pandemia e de um momento politico de extremos e delicado em relação a nossa população. Uni-vos! A união faz o açúcar e juntos a gente pode fazer a diferença.
O Grupo Gay da Bahia (GGB) foi fundado em fevereiro de 1980, pelo professor antropólogo Luiz Mott. A motivação foi por quê Luiz andava pelo calçadão do Farol da Barra com seu companheiro, Aroldo, sociólogo, Mott recém-chegado a Salvador, vindo da UNICAMP, como professor convidado pela UFBA, foi agredido covardemente com um soco no rosto por um homem, porque ele andava de mãos dadas com o namorado. Luiz, jovem antropólogo viu que precisava fazer alguma coisa, fundou o GGB.
Ele veio para Bahia, de Campinas, onde substituía a professora Ruth Cardoso, por quê ele era fascinado ainda é, por Salvador, a cultura, o povo. Ele realizou uma atitude simples e prática para começar o combate.
Publicou um anúncio no jornal gay o Lampião da Esquina, do Rio de Janeiro, editada por Agnaldo Silva, jornal ultra de esquerda, convidando as bichas da Bahia para rodarem a baiana. Lampião, tinha uma circulação nacional, então foi surgindo alguns membros. O GGB tem uma coleção encadernada. Assim, como a revista Rose, Suigeneris, Homens...
A filosofia inicial do GGB foi baseada no anarquismo, contou com uma grande ajuda do grupo Inimigo do Rei, que cedeu a sua sede no Relógio de São Pedro, Centro de Salvador, para as primeiras reuniões com as bichas. As reuniões aconteciam lá, e com muito medo da repressão da época.
O GGB, para ser registrado como instituição, teve que entrar com pedido ao Judiciário baiano, por que o Cartório se recusou a fazer o registro do estatuto, alegando que teríamos que ter autorização de funcionamento da Polícia Federal. De posse da liminar, conferida pelo Juiz, Mott pode registrar o Grupo como pessoa jurídica em 1982. Foi um escândalo, um grupo de viados com CNPJ. Enfrentamos tudo, ódio e a perseguição de jornalistas da grande mídia local.
A primeira sede do grupo, foi no edifício Derby na escadaria da Barroquinha, era uma kitnet, e as pessoas ficavam muitas vezes do lado de fora, porque não tinha espaço físico. Era tanta bicha, as reuniões era a noite, quando elas saiam era uma grande lacração. O Grupo se comunicava através de uma caixa postal nos Correios e toda a nossa comunicação era feita por mimeógrafo que imprimia em uma cor só.
Da Barraquinha, fomos para a rua do Sodré Dois de Julho, um casarão antigo ao lado do Colégio Ipiranga, nessa nova sede funcionamos por muitos anos com reuniões duas vezes na semana, sempre a noite, e atendimento diário as pessoas. Do bairro 2 de julho fomos para o Pelourinho onde funcionamos hoje, com plantões alternados, agora nesse momento.
Após mudarmos para o Pelourinho, nossa sede no bairro 2 de julho, foi arrombada e grande parte do nosso arquivo material foi destruído, mas recuperamos muita coisa como jornais de época, correspondência, revistas e fotografia.
Direitos Humanos.
O GGB é o grupo mais antigo em funcionamento na América Latina, com 41 anos de ativismo e trabalho social, sobretudo em Direitos Humanas e saúde, como éramos filiados a ILGA americana, recebíamos logo informações atuais sobre o vírus HIV e como prevenir, anos 80 e 90, período critico da pandemia.
Luta para a saúde.
Foi uma luta árdua, por quê AIDS era esquematizada junto com a discriminação, que hoje chamamos de LGBTfobia. Fazemos a prevenção distribuindo preservativos que recebíamos dos Estados Unidos, através da USAID/Benfam, as vezes também pelo Correios de doadores particulares estrangeiros. Foi difícil, porque havia uma rejeição do preservativo, por algumas lideranças, elas achavam que a camisinha era a interferência medica na sexualidade gay, o GGB defendia o uso, e falávamos em Safer Sex, influência das bichas americanas. ate hoje, estimamos ter distribuído mais de 2 milhões de preservativos na sede, em intervenções, em palestras, no Carnaval.
As coisas só eram possíveis através da determinação, esforço e apoio financeiro de Mott, depois um apoio pequeno da Kimeta Society do Canada, uma doação que pagávamos a caixa postal e outras coisas pequenas da entidade.
O motivo desta vaquinha, é para captar recursos financeiros para fazermos reparos e manutenção em nossa sede institucional que fica na Rua Frei Vicente 24, no Pelourinho. É um imóvel tombado pelo Ipac, com pandemia a nossa sede ficou fechada por muito tempo muita coisa se deteriorou.
Caracterização da ajuda .
Com isso as paredes mofaram, a pintura se perdeu com ação do tempo, fiação elétrica, telefone, o telhado que é composto de telhas de cerâmica e madeira está deteriorado pela ação dos cupins, precisando urgentemente de manutenção em todo o prédio o que é composto de pátio interno, primeiro piso térreo que funciona almoxarifado e cozinha, segundo piso que conta a recepção e um grande salão de reuniões e eventos, mezanino onde funciona o escritório.
Não temos recursos para fazer a reforma e tememos muito com a chegada do inverno, precisamos de ajuda urgente para quê o imóvel não se decomponha com ação do tempo, especialmente da chuva.
Descrição do que precisamos.
1) piso interno e pátio; 2) paredes, pintura e prevenção de umidade; 3) telhado, madeira e telhas, tratamento contra cupins; 4) museu erótico; 5)fiação elétrica., o Pelourinho tem muita unidade e fiação elétrica, telefone e de internet acabam se deteriorando porque os tubos enchem de agua.
A pandemia parou tudo.
Por conta da pandemia, interrompemos as nossas atividades na sede, ao exemplo do consultório psicológico, atendimento as pessoas, e distribuição permanente de preservativos, agora nesse momento nós estamos retomando algumas atividades presenciais atendendo os protocolos. Realizamos a 19 Parada do orgulho LGBT da Bahia 2021 de forma virtual, abordou a pandemia e o racismo.
O GGB tem a iniciativa do Museu Erótico que iniciou a catalogação de diversas representações artísticas e populares nas áreas de escultura, pintura, livros e utensílios alusivos ao erotismo em todos os Estados do Brasil, além do México, Peru e Guatemala.
O GGB é parte importante da nossa cultura LGBT da Bahia e é patrimônio imaterial do segmento no Brasil que é preciso preservar a nossa historia de lutas e conquistas.