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UM FEIRENSE FAZENDO CINEMA EM N.Y.C

ID: 735848
UM FEIRENSE FAZENDO CINEMA EM N.Y.C
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Vaquinha criada em: 27/09/2019
Vaquinha encerra em: 26/12/2019

UM FEIRENSE FAZENDO CINEMA EM N.Y.C

Olá, eu me chamo Tiago Rocha, tenho 28 anos, produzo filmes autorais e ensino outros jovens a fazer vídeos e a atuar em cinema, por meio de cursos livres que tenho palestrado na minha cidade. Moro em Feira de Santana, interior do estado da Bahia.

Fui convidado para uma bolsa na Academia de Cinema de Nova Iorque e aprovado em 02 editais públicos para arrecadação de fundos, porém, não estou conseguindo captar os recursos suficientes, além disso, estes editais não contemplam todos os custos previstos, como documentação internacional, hospedagem, transporte, alimentação, dentre outros.

Por este mesmo motivo, já perdi outra bolsa de estudo que ganhei no EUA. Mas, desta vez será diferente!

Hoje convido você a fazer parte desse sonho doando qualquer valor para que consigamos, desta vez, alcançar a meta.

Como retribuição, ao retornar ao Brasil, desenvolverei um curso de cinema dentro da escola pública, onde jovens como eu poderão ter acesso a um conhecimento até então inacessível para pessoas de baixa renda.

Toda contribuição é muito bem-vinda. Tenha certeza que continuarei servindo a sociedade com a minha arte, com o meu trabalho e com o desejo, que compartilho com você, de transformar vidas levando mais inclusão, oportunidades e dignidade, através do cinema.

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE QUEM EU SOU.

 

Sempre fui encantado com o mundo do cinema, gastava horas escrevendo histórias em quadrinhos e roteiros de curta – metragens. Contudo, não tinha acesso a nenhum tipo de material didático, computadores ou internet, ou câmeras fotográficas o que dificultava ainda mais o meu desejo em fazer cinema.

Eu venho de uma realidade muito pobre, juntamente com a meus dois irmãos, passamos diversas dificuldades financeiras com situação precária de alimentação, vestimentas e moradias. Pois meu pai pedreiro e minha mãe doméstica não possuíam recursos suficientes para atender a todas as nossas necessidades.

Ao mesmo tempo que essa retrato pouco favorável marcou a minha infância e adolescência, algo muito forte em mim, me motivava a lutar pelos meus sonhos. Aos 11 anos decidi o que queria fazer da minha vida. Estudar cinema nos Estados Unidos, e me tornar um diretor audiovisual, um desejo totalmente fora da minha realidade.

Comecei pedindo livros usados de inglês a qualquer pessoa que pudesse me doar, ou emprestar, o meu desejo em me tornar fluente era tão grande que cheguei até procurar livros no lixo para aprender a língua. Durante alguns anos estudei sozinho com esse material e aprendi a língua.

Aos poucos as peças do quebra-cabeça começaram a se juntar, entrei na universidade para o curso de letras com inglês na esperança de fazer um intercâmbio. Iniciei trabalhos voluntários junto a TV da Universidade para aprender sobre a parte técnica do cinema. E me tornei bolsista em roteiro de cinema.

Foi aí que a grande oportunidade aconteceu, passei num programa de intercâmbio para os Estados Unidos, estava muito contente, pois 09 anos após minha jornada, finalmente conseguiria dar os primeiros passos reais em minha carreira. Porém, após todos os documentos prontos para a viagem, a universidade cancelou o contrato com a instituição que eu fazia parte. Isso foi extremamente desmotivador, mas continuei a minha luta. No ano seguinte me inscrevi novamente dessa vez para Canadá, fui aprovado, contudo, mais uma vez questões burocráticas fui impedido de viajar. Por fim, consegui uma carta convite de uma instituição de um amigo norte americano que conheci no Brasil, quando fui interprete voluntário num projeto social realizado em Salvador.

 

Viajei para São Paulo para a entrevista do visto, contudo, meu visto foi negado, viajei em seguida para Recife, e mais uma vez negaram meu visto. Como se quebra um ciclo dessa forma? Comecei a pensar, que talvez esses sonhos fossem grandes demais pra mim, e que não seria possíveis para pessoas como eu, com a condição social de onde vim, com o tom de pele que possuo.

Dei início a projetos independentes no Brasil, e depois de 02 anos produzindo, me vi no Rio de Janeiro recebendo 03 prêmios num festival nacional de cinema, ao lado de atores globais e personalidades da tv brasileira. Essa foi a faísca que faltava para que outra vez, pudesse por lenha na fogueira e movimentar a minha vida.

Por meio de um vídeo pedindo doações na internet consegui levantar 6 mil reais para ajudar nas despesas do curso, contudo, precisava de 30 mil. No última dia para o pagamento da escola de cinema que estava matriculado nos Estados Unidos, recebi um e-mail da Academia de Cinema de Nova Iorque, dizendo que meu curso havia sido pago. Uma pessoa nos Estados Unidos assistiu ao meu vídeo, ligou para ele e pagou a minha escola.

Foi ali, naquele singelo ato de amor, que pude voltar a acreditar que o lugar de onde vim, não definiria onde chegaria. E eu cheguei sim, o garoto do interior da Bahia, sentou-se ao lado de jovens de mais de 7 nacionalidades em uma das capitais do cinema mundial, e aprendeu a ser diretor de filmes. Me destaquei na escola, e recebi uma bolsa para fazer um outro curso mais longo. Porém não foi possível realiza-lo, pois não tinha condições de manter na cidade, visto que meu visto de estudante não me permitiria trabalhar.

De volta ao Brasil, tenho continuado a produzir meus filmes, e ensinando outros jovens a fazer e a atuar em cinema, por meio de cursos livres que tenha palestrado.

No momento estou de volta ao processo de levantar fundos para retornar a Academia de Cinema de Nova Iorque, e você pode fazer parte desse sonho doando qualquer valor para que consiga alcançar a minha meta. Fui aprovado em 02 editais públicos e essa campanha irá complementar os gastos que esses editais não contemplam.

Ao retornar ao Brasil, desenvolverei um curso de cinema dentro da escola pública, onde jovens como eu poderão ter acesso a conhecimento que é tido com burguês e elitista. Conto com a sua participação. Muito obrigado!

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