Caminhando com a Bruna

✍🏻️História da Bruna Kroth! Olá, me chamo Bruna e tenho 24 anos. Moro em Campo Bom/RS e gostaria de compartilhar minha história. Nasci saudável, porem no dia 7 de setembro de 1994 eu então com 2 anos de idade minha vida e de minha família mudou completamente. Tive febre, sem melhora após medicação básica, minha mãe me levou ao médico que concluiu ser uma simples virose. Minha não concordando com o parecer concluído através de uma consulta, exigiu que fosse investigada a causa através de exames. Fui encaminhada ao hospital da cidade, enquanto aguardava atendimento surgiram algumas manchas em minhas pernas. A minha cabeça doía muito e logo não consegui mais movimentar meu pescoço. Minha mãe desesperada e com o extinto maternal dizendo que era algo grave, chamou uma enfermeira que se assustou ao verificar minha temperatura. Realmente o instinto de minha mãe não falhou, após a retirada de líquido da minha medula espinhal diagnosticaram meningocócica tipo B. Me transferiram para o hospital da PUC em Porto Alegre, devido ao hospital de minha cidade não ter estrutura para o caso. Uma equipe especializada me aguardava e me mantiveram em isolamento e fizeram o necessário obtendo alguma melhora, porém o pior ainda estava por vir, as manchas em minhas pernas não eram simples lesões e sim vasculites que necrosaram minhas pernas, sendo necessário a amputação delas. No dia 19 de setembro minhas pernas foram amputadas. Foram 2 meses na UTI, seguidos de mais 4 meses no quarto, totalizando 6 meses agonizantes de hospital, onde oscilava entre melhoras e pioras na minha saúde. Além das minhas pernas, a doença atingiu também toda a região do meu quadril, sendo necessário muitos enxertos, inclusive nas nádegas pois apodreceu toda a pele do local. Utilizei sonda e foi necessário fazer uma colostomia em razão disso. No decorrer desses 22 anos precisei fazer outras diversas cirurgias de reparação no que sobrou de minhas pernas. A última foi em 2015 onde fiz um enxerto devido ao aparecimento de novas escaras devido ao meu longo período sentada. Segui em constante acompanhamento com a equipe de cirurgia plástica da PUC, porem em minha última avaliação fui informada que não há mais nada a fazer, pois não tenho mais pele nem músculos para cobrir meu osso. Hoje minha nova batalha é conseguir comprar próteses, pois não posso mais permanecer sentada. Preciso me movimentar até porque fui diagnosticada portadora de lúpus e estar sentada agrava ainda mais o quadro da doença. Atualmente sobrevivo através do auxílio doença, pois não posso ficar mais de duas horas sentada me impossibilitando de trabalhar, então não tenho condições de comprar as próteses que tem o custo de R$ 60.000 a mais barata. Continuo com muito esforço estudando, pois sou bolsista federal e se eu trancar a faculdade perco o ProUni. Alguns dias sinto vontade de desistir de tudo, mas sigo impulsionada pelos meus sonhos de viver como uma pessoa normal que estuda, trabalha, casa, tem filhos e pode ir e vir sem depender do constante auxílio de alguém. Quero as coisas mais simples da vida, mas que na situação em que me encontro se torna muito difícil e meus sonhos se tornando impossíveis de realizar.